O parto prematuro - que ocorre antes de 37 semanas de gestação - pode acarretar uma série de complicações para o bebê. Nos últimos anos, estudos têm revelado que um desses fatores é o aumento do risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma pesquisa publicada em 2015 pelo King's College de Londres, Inglaterra, demonstrou que o nascimento prematuro pode alterar a conectividade em diferentes regiões do cérebro.
O neuropediatra Carlos Gadia, diretor associado do Nicklaus Children's Hospital em Miami (EUA), explica que essa hipoconectividade ocorre porque o cérebro do bebê prematuro ainda não se desenvolveu completamente. "As regiões mais afetadas são o lobo temporal, occipital e a ínsula. A ínsula tem um papel muito importante em termos de interação social e linguagem".
Devido ao desenvolvimento ainda incompleto do cérebro no momento do nascimento, os prematuros costumam apresentar alguns atrasos leves - como na fala e na interação social -, que posteriormente podem ser recuperados. Se os atrasos são muito profundos ou persistem até por volta dos 3 anos de idade, é possível que ocorra o diagnóstico de TEA.
Uma das explicações para essa ocorrência é que os prematuros ficam expostos, antes do desenvolvimento completo do cérebro, a uma grande quantidade de fatores ambientais que podem aumentar o risco do desenvolvimento de TEA. Inflamações e infecções, por exemplo, podem influenciar. Além das questões ambientais, o risco pode ser ainda maior caso a criança já tenha uma predisposição genética para o transtorno.
Ao mesmo tempo, segundo Lederman, o parto prematuro pode ser ocasionado justamente porque, dentro do útero, o bebê já foi exposto a algum agente estressor, como um vírus ou uma bactéria contraída pela mãe.
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